próprio...
... Não há necessidade de palavras . O silencio se faz verbo
e quanto ao verbo , não sabemos até onde ele pode chegar .
O estetoscópio e a lua
Então a lua disse para o crânio
Diz-me que foto tu mandas , que te direi quem tu és
O crânio abriu seu lindo sorriso e passou a responder
em dialeto lunar
Enviou luas e gatos
lobos e rosas.
Era um diálogo inédito entre as partes
Lua vem , lua vai
Lua dançando no mutismo frenético de uma música sem compasso
Nunca havia conhecido idioma em forma de satélite...
Pouco á pouco a lua percebeu o homem que havia no crânio
A lua captou sua essência e desvendou-lhe a alma
Viu no seu lindo sorriso, uma doçura tímida
Em seus olhos uma tristeza saudosista
Viu sua saudade "paterna" sentida e exposta num avatar em dia "essencial"
Em sua discrição uma vontade enorme de gritar
Em sua alma um sentimento de inconformismo dos tempos atuais
Sentiu seu desejo intenso e profundo de passado
Percebeu que em sua quietude
Havia uma vontade de falar...mesmo diante de sua personalidade aquariana
Falar do seu passado, falar de seus sentimentos, sua vida
Suas lutas, seus anseios, suas alegrias e seus mais íntimos segredos guardados em seus "espinhais e nervos periféricos da vida ".
Um homem que talvez não acredite nas pessoas, mas
quem sabe,
concorde com Exupéry, quando diz que "a linguagem é uma
fonte de mal entendidos"
Palavras para quê, se existem as luas...?
Entre gatos, rosas e lobos , eu lua , tu luas..nós luamos
alcançamos o nirvana do entendimento...
Um crânio que sente saudade ..."saudade de tudo "
Um "homem-coração", disfarçado de silencio.
Um doce silêncio disfarçado de homem
Que num toque do destino, caiu em mãos lunares...
By Karla Franc
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