terça-feira, 24 de julho de 2012

Lua pelo avesso

A fome de vida me cerca , vivo a espreitar  a vida e sinto desejo incontrolável de consumir tudo.Um trem sem freio , um cavalo sem rédeas..Uma mulher destemidamente sensível e romântica...Um grande paradoxo na sela de um cavalo a guerrear com a própria vida.

 Uma Joana D’arc do amor  vestida para a  batalha .Por dentro apenas uma  mulher com coração cor-de-rosa  enfeitado com laços de fita.

Qual das duas eu odeio  ?

Sinto que me tornei uma lua sem rédeas, sem um sol para me comandar..

Se despir de sentimentos é preciso..é preciso despir-se de sentimentos...

E assim vou  vivendo, alunissando em planetas desequilibrados, volúveis, vulgares e espertos. Sinto que não consigo atender aos meus anseios,  e nem de outros “planetas” como outrora.

Me perco no vazio da busca insana, essa procura que nunca acaba e que está sempre a ludibriar meus passos, me estafando a alma e estressando meu corpo nesta  peleja perene.

 Até quando ocuparei esta posição incansável ? Até quando suportarei? Quando vou poder amarrar meu cavalo e ali ficar ? Onde e quando as luas amarram seus corações?

Ou será que  luas não podem possuir batimentos cardíacos?

Enquanto isso o tempo passa e consome tudo, e tento salvar neste “tsunami desespero”  a esperança, que parece querer se transformar  numa vilã lunática...

 Lunáticos também cansam de fases, mesmo trazendo cada uma , seu encanto. Cada fase , um mistério; cada mistério uma história..., uma vida em outra vida , e a cada vida um desencanto.

E assim, nesse vira-revira, fui me encontrando, fui me descobrindo e redescobrindo, para só então saber o que me é certo, o que me é direito.

Sendo lunar, não foi surpresa descobri que meu lado direito é justamente o avesso
O avesso do avesso...do avesso ..do avesso...
E nesse avesso vou me encontrar !


Karla Franc

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